Era uma vez…

 

No início, o gesto foi o nosso olhar

No último vagão do trem do meio-dia,

que também estão escritos nos silêncios,

palavras que tanto me têm faltado ...

 

Nesse deserto de palavras, como saber

se foi amor à primeira vista ...?

Sua lembrança é o passaporte de minhas viagens

 

Era una vez…

 

Al principio, el gesto fue nuestra mirada

En el último vagón del tren del medio día,

que también están escritas en los silencios,

palabras que tanto me han faltado…

 

En ese desierto de palabras, cómo saber

si fue amor a primera vista…?

Tu recuerdo es el pasaporte de mis viajes.

 

Adilson Shiva

O amor, ainda...

 

O amor são esses traços de linhas imprecisas,

contingentes, palavras tolas ...

Um nome que falta nos versos.

Esse mar de coisas

que invade os olhares,

as vozes e os pensamentos

… e fim.

 

El amor, aún…

 

El amor son estos trazos de líneas imprecisas,

contingentes, palabras tontas…

Un nombre que falta en los versos.

Ese mar de cosas

que invade las miradas,

las voces y el pensamiento,

… y fin.

 

Adilson Shiva

Memorias...

 

Chovia, mas você abriu sua janela.

A tempestade era passageira ...

Você era, ao mesmo tempo, palavra, silêncio,

sangue e músculos ...

Enquanto me falava sobre seus sonhos...

Eu a escutava em silencio.

Memorias...

 Llovía, pero abriste tu ventana.

La tormenta era pasajera…

Eras, a la vez, palabra, silencio,

Sangre y músculos…

Mientras me hablabas de tus sueños…

Yo te escuchaba en silencio.

 

Adilson Shiva

Entre distancias…

 

Já lhe falei, me recordo do seu olhar,

uma lembrança que nunca descansa ...

Recordações, como cartões-postais em álbuns antigos,

desassossego do amor entre distâncias ...

Entre distancias…

Ya te lo dije, recuerdo tu mirada,

un recuerdo que jamás reposa…

Recuerdos como postales en álbumes antiguos,

Desasosiego del amor por entre distancias…

Adilson Shiva

Não falo de flores...

 

 

Aqui estão os seres da noite,

humilhados e vencidos ...

A amargura de vidas sem amparo,

a noite de rostos inacabados ...

 

No hablo de flores...

 

He aquí los seres de la noche,

humillados y vencidos…

La amargura de vidas sin amparo,

la noche de rostros no acabados…

 

Adilson Shiva

Sinais do tempo...

 

Eu sigo aqui, buscando-te,

rodeado de palavras...

 

Nos entardeceres, 

eu ainda ouço tua doce cantiga

na voz do vento...

 

Señales del tiempo...

 

Yo sigo aquí buscándote,

rodeado de palabras ...

 

Por las tardes,

Todavía aún escucho tu dulce canción

en la voz del viento

 

Adilson Shiva

Paradeiro…

 

Foge a esperança vã na orfandade

dos amores perdidos ...

Como é vão o consolo do silêncio frio

dessa noite calada, resumida na angústia

dos amores distantes.

Paradero…

Huye, la esperanza vana en la orfandad

de los amores perdidos…

Cuán en vano es el consuelo del silencio frío

de esa noche callada, resumida en la angustia

de los amores distantes.

Adilson Shiva

Momentos ...

 

Ainda estamos aqui.

Em que consistem as palavras de amor,

quando se tornam uma verdade ainda sem realidade?

Na minha súbita agonia, sinto sua falta!

 

Momentos…

 

Aún estamos aquí.

¿En qué consisten las palabras de amor,

cuando se vuelven en una verdad aún sin realidad?

En mí súbita agonía, ¡te extraño!

 

Adilson Shiva