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terça-feira, 31 de julho de 2012

Voz de chuva

Amei tua voz, sorri para teus olhos,
Beijei teu sorriso
E, por um instante alucinei o momento,
Escapei-me de mim, fiz longa viagem...

Era, talvez, tua voz de chuva,
Perfumando tua boca, que me guiava
Para essas longitudes do teu corpo...

Nesses lugares habitados da lua,
Meus lábios sedentos dos teus,
Nem disseram palavras...
Nem disseram palavras...

O perfume da tua boca
Lumiar, terra molhada...
Era, talvez, tua voz de chuva
Que me chamava...

(©By Adilson S. Silva)

domingo, 29 de julho de 2012

Signos

Sou o tempo ou uma cidade extinta,
Signos, inscrições em versos,
Lembranças que não passam de um poema...

Talvez luz, que penetra dançante,
Ou uma águia, que se detém no vôo
Preservando o instante...

Ou ainda,
Sombras das minhas ausências,
Um amor perdido,
Ou cinzas e fogo distante.

(©By Adilson S. Silva)

Mais uma noite...


A viagem antecipa a partida e,
Acorda a tristeza que ia adormecida na alma
Como velha conhecida de um caminho antigo.

Os pés caminham pelos imensos outonos,
Desses caminhos, quase trilhas,
Que tomam o coração por inteiro, aos solavancos,
Num descompasso, remoendo lembranças
De uma festa de amor que não tivemos...

Sem rumo, esse sonho medonho
Em completo desatino,
Traz teus olhos, a noite, o mundo
E os caminhos por onde passam ventos
Que tecem nosso destino

(©By Adilson S. Silva)

sábado, 28 de julho de 2012

Motivos...


A chuva escreve um poema de amor
Como quem contempla o sol...
Das melancólicas almas no silêncio!

Pelas janelas,
Gotas de chuva batem e escorrem...
Como desejos que sempre nos mentem

Pela chuva, mais que vento
Como quem contempla o sol
O poema termina no papel,
Mas continua aqui dentro...

A chuva é um poema de amor...

(©by Adilson S. Silva)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O que a alma sente...

Chego nas asas do vento e, meu cheiro alecrim
Como se fora água de cheiro a perfumar teu corpo
Num sussurro pede:

Mostra-me o que na alma representa o sorriso
E o espaço aberto para sonhar, escrever, dormir e acordar
Com os lábios prontos para o beijo.

Mostra-me o que vai na alma eternamente enamorada
Como se fora nuvens, que o vento de repente as navegasse
Para um lugar que coubéssemos apenas nós...

Fala-me palavras... Murmúrios que não se entende,
Mas que a alma sente...
O absurdo é o divino.

(©By Adilson S. Silva)

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Outonos

Invento um outono da minha janela,
Ou uma flor no teu jardim
E a palavra branca que se diz saudade
Inventa nuvens,
Teu rosto rouge carmim

Nuvens brancas e o céu cinzento
São só nuvens ,sem a saudade
Dessas coisas que me levam a ti

Então,
Invento um mar da minha janela
E pequenos barcos que navegam
Até as tuas ilhas de distância
Sempre longe – a muitas velas!
Onde tu me esperas,
Sem saires de minha janela.

(©By Adilson S. Silva)

terça-feira, 24 de julho de 2012

Saudades...

Saudades...
Abraça-me agora
Não digas nada...
Tanto faz...

Se és mar aberto,
Baia ou enseada,
Se és porto de partida ou chegada,
Se és Desatino,
Caminho ou caminhada...
Nau que se afasta,
Ou se aproxima do cais;
Se és ausência,
Ou reencontro,
Mensagens em garrafas,
Que uma única onda traz,
Tanto fez , tanto faz...

Abraça-me agora
Abraça-me apenas...
Tanto...tanto...tanto...
E não digas nada...
Tanto faz...
(©By Adilson S. Silva)

Esses dias meio assim...

Nesses dias meio assim,
Esperando vendavais,
A fala quedou-se muda,
O cinza quebrou a paz.

Chegou, cobriu tudo,
Escondeu o meu lilás,
Dói a alma, dor aguda,
Qual felicidade fugaz.

Nesses dias meio assim,
Nada me satisfaz.
É um tudo meio ausente,

Que está fora de mim.
Pois, teu gosto evanescente,
Foi-se embora com teu sim.

(©By Adilson S. Silva)

Metamorfoses...

Metamorfoses na minha pele,
A distância,que me separa de ti,

É o tempo
Deixando marcas,
Vivencias,
Metamorfoseando
O infinito dos meus sonhos,
Momentos que...
Em segundos se transformam
Entre a mulher
E a borboleta voando...

(©By Adilson S. Silva)

Lalíngua

Lalíngua do meu amor pára numa frase
Sem sentido, mas doce...
Contorna-me, veste-me ou quase,
Como se meu corpo vindo de ti fosse...

Silencia e cala
Aquilo que tu esperas
Disso que não fala
Nos silêncios de Amor!...

(©By Adilson S. Silva)

Ainda...

Perdeste-te no abissal do teu silêncio
E nas profundezas de tua existência,
Sem encontrares sentido para tuas agruras,
Nem nas amarguras, a sua essência...

O sem sentido habita o Hades,
Onde o meu amor encontras,
O que dizes é o que não sabes:
Palavras ainda não prontas...

Mas ainda existem flores,
O cheiro orvalhado do jasmim,
Sem ser bálsamo para tuas dores,
Ainda, o meu cheiro alecrim...


(©By Adilson S. Silva)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Assim...

Tão somente mulher,
Exploro teus abismos e altura,
Pois foi o escuro quem te trouxe;
Tudo é mera intuição

És enigma e escultura,
Sem pudor e tentação.
Eu, caçador à espreita
Em momentos de aflição

Com licença (...)
...reticências
Nem tudo é proibição!

Em pensamentos me esqueço:
Vou e venho, me trago,
Viro e reviro teu avesso
E de ti me embriago

(©By Adilson S. Silva)

Mais ainda...

Ando pensando
Naquele olhar profundo
E seu impenetrável mistério
Feito o silêncio de uma breve oração.

Ainda...
No brotar dos sentidos
E na lucidez que faça surgir
Um sentido pra vida,
Que justifique a existência
Do crente já meio descrente
Ou naqueles que esperam o céu.

Mais ainda...
Na dimensão do impossível,
Na estranha presença dos que já se foram,
Nas almas cansadas de guerra,
Porque as almas também se cansam,
Habitam exiladas o sentimento de um adeus,
Numa razoável felicidade de uma paz que não se alcança.

(©By Adilson S. Silva)

Na quietude da noite...

Meia luz, quase penumbra
E tua dança movimenta a quietude da noite.

Detenho-me por um instante até onde meus olhos vêem,
A chama, quase incêndio a saltar-te do ventre.

Numa vertigem, teu vôo dançante
Desata o ultimo nó do teu véu.

Abraço a noite e teu fogo ardente
A lumiar a noite escura mais eu,
Meia luz, penumbra, semblante
E tua dança na quietude da noite...

(©By Adilson S. Silva)

Segredos

No alto, a lua compartilha comigo
Os segredos das marés...
E a inútil verdade das coisas.

(©By Adilson S. Silva)

O céu é vasto e a noite longa!


Gosto do ar da noite, cheio de silêncios,
E nessa mansidão detenho meus olhos
A admirar a lua na sua longa solidão e,
O nascimento de novas estrelas:
Dessas que caem,
Buscando novo destino.
Um pensamento me ocorre,
Brincadeiras de meninos,
Fazendo pedidos às estrelas cadentes.
Eu já não peço nada, nada,
Mantenho meus olhos pausados
As estrelas já andam ocupadas,
Ocupadas por demais tentando
Chegar a seu demorado destino,
Ou talvez nunca cheguem...
Vai se saber,
Mistérios, enigmas... pura divagação:

O céu é vasto e a noite longa!

(©By Adilson S. Silva)

Corsário navegante

Viajo pelo tempo,
Escapo na sombra fugaz.
Não há guia nem papel,
O destino,a vida faz,

Sou um corsário navegante
Do espaço sideral
Vim a esse mundo errante
Pela aurora boreal
Inverti as ondas dos rios
Chovi onde era estio
E do inverno fiz verão

E, por um instante
Tudo foi sobrenatural

(©By Adilson S. Silva)

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Uma palavra...

Que seria do sol de inverno
Sem a tua alegria para iluminar?

Em ti ainda mora o sol
Que nasce todas as manhãs
Com o canto dos bem-te-vis,
A brisa leve e o cheiro do mar...

Em ti ainda vive auroras
E a resplandecência dos sorrisos matinais
De uma criança, que acorda sonhando
Com o beijo de ontem ou que nunca existiu...

Em ti reencontros nos desencontros,
Natureza de um amor perdido
Como coisa que se amou,
Mas que partiu...

Por uma palavra que nunca foi dita...

(©By Adilson S. Silva)

Outro dia!

A noite é enorme
E escreve minha finitude...
Tento resistir à imensidão da noite,
Mas o sono me consome...
E me acabo,
Sonhando com uma outra noite...

Viajo por entre estrelas e,
Conto estrelas por onde passo,
Num vôo rasante, vertiginoso,
Os bem-te-vis me acordam!
05h40min,
Outro dia!

(©By Adilson S. Silva)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Palavras – Segundo motivo...


Invento
Palavras que escorrem de mim,
Que me escapam por entre os dedos,
Como grãos que buscam a terra fértil,
Para germinar no teu coração

Essas palavras
Que fazem do amor seu brinquedo
Palavras que são de fogo,
Para aquecer-te nesse frio e chuva
Pura invenção, pura intenção

(©By Adilson S. Silva)

terça-feira, 10 de julho de 2012

Partidas...


Nem é tarde nem é cedo
Para ver o que está por trás da porta!
Todas as mortes sentidas,
Realidade estranha
Que me toma , me rodeia e arrebanha
Em despedidas,
Minha alma já cansada
De andar lado a lado contigo...

Cruel acaso,
Partidas...

(©By Adilson S. Silva)

Urbani(Cidade)

Ando
Pelas ruas vazias de encantos,
Ouvindo a urgência das buzinas
E cenas que aos olhos causam espanto,
Essas vidas apressadas a cada esquina.

Anjos do apocalipse,
Cromados em fuligem e aço,
Mausoléus em aço e concreto
Arranham os céus, arranha-céus...
Ocupam todos os espaços...

E, pombos urbanos
Bicam migalhas na praça, indiferentes
À existência do mundo.
Urbano, humano?
Já não sei...

Atravesso
Ruas vazias de encantos,
Ouvindo a urgência das buzinas...

(©By Adilson S. Silva)

domingo, 8 de julho de 2012

O tempo... E o amor


O tempo pára num beijo,
Num suspiro de amor
Ou num orgasmo,

Meu bem...
Não se espante
E nem se encante
Com as coisas que lhe digo.

O amor é uma coisa frágil,
Aguça o desejo,
Esvai-se num desatino,
Às vezes rápido como um espasmo,
Outras, o dom do divino,
Ou desilusão e desencontros
Entre a rosa e o cravo...

Mas...
O tempo pára num beijo,
Num suspiro de amor
Ou num orgasmo.

(©By Adilson S. Silva)

sábado, 7 de julho de 2012

Velas brancas...


Entre lembranças
Dos beirais,
Coisas que deixei pra trás...
Entre o silencio
Do coração a pulsar,
Pensamentos banais...
Com o mar nos olhos,
Icei velas, deixei o cais
Por entre ventos a soprar...
Mares do sul,
Mares do norte
Ou de qualquer lugar,
Sigo sangrando
Esse mar de coisas
Que avança sobre mim...
Coração miúdo,
Cidade sumindo,
Velas brancas
Partindo...

Eu me lembro...

(©by Adilson S. Silva)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Âncora


(Marcas do português na lingua)


O mar, beleza azul de poucas ondas a cavalgar
Às vezes manso e imenso às vezes rebelde e tão próximo
A praia vazia cabe inteira no meu olhar no seu olhar.
Dois brincando de ondas, sorvendo as brumas e maresia.
Sento-me à sua frente sem desviar os olhos
E consigo enxergar na sua infinitude os sonhos,
Os desejos escondidos, a fúria da passagem
Do seu corpo entregue a um bobo valete,
O trem passou rumo ao porto,
A vida o deixa para trás no mais íntimo dos planos,
Sem encurtar as minhas distâncias
  
(©by Adilson S. Silva)

terça-feira, 3 de julho de 2012

Tardes cinzentas

Da janela lateral
O mar, a maresia
E as vagas ondas
De uma tarde cinzenta,
Sabor isopor,
Levando a poesia
E a imaginação
Dessas histórias
Que a gente inventa
E depois tenta esquecer.

O amor é pássaro
Cheirando a maresia,
Gaivotas ou pardais
Ou sei lá...
Eu bem te vi
Olhando ondas
Vagas de vagas horas,
Dessas tardes cinzentas
Que se alimentam
Do que não cri

(©By Adilson S. Silva)