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sábado, 31 de dezembro de 2011

Brincando com o tempo ...

O tempo vivo
Vem do futuro e passa por nós,
Consuma-o sem percebê-lo.
Eis o segredo da vida.
Ano Novo todo dia
Sem cronômetro, calendário
A ampulheta contém o vazio
Onde a vida se completa ,
Vivendo o dia a dia.
Faze devagar teus momentos
A beleza guarda-se em ti
Ponteiro invisível do tempo
Olha-te ... no espelho e sorri !!!
(@by Adilson S. Silva)

"Ticking away the moments that make up a dull day
You fritter and waste the hours in an off hand way
Kicking around on a piece of ground in your home town
Waiting for someone or something to show you the way
"
(Pink Floyd)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Caminho das estrelas

Caminhando por entre estrelas
Passei a noite encantado
Com tanto brilho
Que meus olhos não quiseram dormir

Então hoje, eu acordei o sol,
Que despontou a me sorrir,
Bebi sua luz,
Anunciando um lindo dia,
Invadindo-me assim,
Com um olhar risonho,
Pois tive um lindo sonho

Sonhei acordado
Saudosa miragem
Não era ninguém
Não era nada
Uma tola alucinação...

(@by Adilson S. Silva)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Abismos...

Abismos...
Que a gente inventa,
Eivados de sonhos
Que não se sustentam,
Fazem das palavras
Momentos ausentes...
Pintam paisagens não existentes.
Alucinação...?
Sim...
Já é outra viagem,
O fim da linha
Na estação redenção,
Palavras sinceras,
De lembranças boas,
De um sonho bom...
(©by Adilson S. Silva)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Ecce Homo

( Eis o homem )

Foi um silêncio atento
A tudo que acontecia
Foi mais um dia
Dessas noites escuras
Sem lua e sem poesia.
Há muitas outras coisas
Que podem ser vistas de tuas janelas,
Além da insistência em retornar ao mesmo lugar
Da tua insanidade ,
Outros tempos teus...
E o mundo é um mundo de fatos,
Mesmo que não façam sentido.
Assim,
Enquanto adormeces...
Dou um beijo em teu retrato
Um sorriso fingido,
Apago a luz
E, digo adeus...

(©by Adilson S. Silva)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Metáforas ...

Metáforas ...
Conversas,
Desconversas,
Por hora escrevo,
O que outrora fora fala.
Um olhar,
Vazio de nada,
Faz nada em si Fazer.
O Falo fala,
A Fala
Fala a Fala,
Mas não fala
O "Dizer"
(@By Adilson S. Silva)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Ritornelos sem fim

Habitam-me versos mais tristes esta noite
E posso escrevê-los sob a égide
De uma nostalgia do que foi
Ou talvez nunca tenha sido.

O amor é tão curto!
É tudo ou quase nada...
Hoje olhava o tempo
A noite e a luz da lua
Como pássaro adormecido,
Cansado, envelhecido
Por essas mesmas dores do tempo...

Ouço na imensidão da noite
Vozes de partida
De uma desventura causada
Por uma tênue ferida...
Espinhos de uma rosa bela
Vozes em versos , cantiga
Trafegam , chegam a mim
Em ritornelos sem fim....

(©by Adilson S. Silva)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Fantasmas do porão...

Faca de corte
Corta
As amarras antigas,
Rompe laços
Do umbigo,
Liberta
Os fantasmas
Do porão...

Falta de sorte,
Pois a vida
Tem um norte,
Onde você
Vai trancar
Seus medos,
Seus segredos
E a sua negação...?

Faca de Corte
Não...
Não teme a morte
Teme a revelação...

Medo, medo
Dos seus segredos...
(©By Adilson S. Silva)

domingo, 6 de novembro de 2011

Por isso hoje

Por isso hoje
A noite trouxe o seu silêncio
E, nem era preciso mais um verso...
Não haviam rosas,
A primavera era cinza
Tal como o outono,

Por isso hoje
A lua se escondeu
E ficaste só
Com o gosto da manhã orvalhada
Da tua alma do mundo e teu pranto,
Teus caminhos, tuas veredas...
Teu olhar no teu rosto é mais que um retrato
E o meu sorriso
O devir da saudade...

Por isso hoje
A noite trouxe o seu silêncio
E, nem era preciso mais um verso...

(©By Adilson S. Silva)


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Ao Robson , In Memoriam (18/10/1971 – 27/10/2011)

A alma é um sopro, um sopro de vida que de repente se vai.
Eu hoje não estou alegre e nem triste, estou desbotado , meio assim sem cor, com minha matutação sobre a vida e seus motivos.
Tudo vai bem, ou parece bem e de repente, não mais que de repente a morte visita nossa alma e nos arrasta, deixando para trás nosso mundo inacabado e nossos entes queridos. A vida é devir, e o devir da vida é a morte. Não há dia, nem hora nem ano. A morte é uma certeza incerta... viaja no tempo que é seu tempo, não poupa crianças , jovens e nem velhos.
Foi assim com meu enteado Robson, de repente ele se foi jovem, e o que fica dele alem de esposa e dois filhos?
Para mim fica um poema epígrafe do nosso reencontro:

“O Adilson poeta: alguém que sublimou a matematicidade tão marcante em si! Situou-a no contexto devido. Domina ambas linguagens, melhor dizendo, (deixando os hegemonismos de lado) transita por ambas as linguagens.
A fase das Rugas
Idas e vindas, junções e distanciamentos entre humanos.
Fases complexas na teia da vida.
Conexões e desconexões e reconexões
Na Rede primária da qual a Internet é apenas esboço rudimentar.

Eu não vi meu padastro na Internet.
De imediato.
Ele não está lá?
Ele desconfigurou-se como tal devida às circunstâncias?
Ele recomeçou diferente como pai astro alhures?
Creio que sim.

Mas efetivamente eu não o vi na Internet.
Mesmo tendo lido seu Blog.
Ainda que tenha clicado em seus rastros virtuais.
Ali e acolá.

Eu vi primeira e incisivamente suas rugas da madureza.
E elas, na medida em que falavam dele,
decifravam algo de mim.

Pois o jovem ousado dantes passou.
E o adulto conflituadíssimo também.
Restou o melhor: o pré-ancião
de múltiplas iniciativas.
Filosofante, palestrante, poetante, conselheirante...

Aquelas rugas singulares na blogsfera
me anunciaram, num instante tudo isso.

E eu que também prossigo
serenamente relevo as titânicas adversidades havidas.
Para apreciar as novas qualidades conquistadas
O novo jeito de viver consolidado.

Consolidação que não há recaída que impacte.
Solidez. Solidez com. Relevantar sempre.
Tanto para os bipolares como eu
Quanto para todos os que jornadeiam.

Robson Santos
9 de março de 2011 10:55 “

Pois é ...a morte é uma certeza incerta...
(©by Adilson S. Silva)

domingo, 16 de outubro de 2011

Abstração ...

Abstração ...

Alienarei meu olhar para sempre,
Dessa imago que é teu rosto,
Imagem fugidia desses sonhos,
Que invade , revisita , é recorrente.

Desviarei meu olhar para além,
Dos pensamentos, da vontade , da tormenta;
Dos desejos , do ter e não possuir,
Sonhos que não se sustentam.

As letras, a poesia ,o canto,
O teu rosto, véu, enigmas, traz,
Alienarei o desvelar,o momento.

Seguirei , cantarei pelos umbrais
Assim , quando me ouvires,
Entenderás o segredo do acontecimento...

(©by Adilson S. Silva)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Metamorfoses (re-publishing)

Metamorfoses
Na minha pele
A distância,
Que me separa de ti,
Nos sentidos traz
A fragrância,
Da mulher que senti.
É o tempo
Deixando marcas
Vivencias
Metamorfoseando
O infinito dos meus sonhos
Momentos que...
Em segundos se transformam
Entre a mulher
E a borboleta voando...
(@by Adilson S. Silva)

domingo, 11 de setembro de 2011

Quase uma crônica

Esta noite, a altas horas, sai para o meu quintal.
Pela primeira vez o céu estava diferente, a lua já tinha passado os trópicos e Vênus estava sobre a minha cabeça, que me dava tonturas incliná-la para contemplar essa estrela planeta. Desejei que Venus estivesse embaixo, que me fizesse sentir vertigens olhando para baixo como é mais costumaz, mas era a estrela D´alva: precisava passar por cima, para anunciar o novo amanhecer que resistia em amanhecer. A noite ainda ia escura e os meus pensamentos também. Ao meu lado minha cadela negrinha atenta, com seus olhos negros,mirando-me nos olhos como se entendesse o que ia dentro aos meus devaneios... Olhei as rosas e refleti sobre seus espinhos. Porque elas os têm? Ai pensei, esta tudo tão diferente, mas estamos bem, estamos indo de volta pra casa ...
(©by Adilson S. Silva)

sábado, 10 de setembro de 2011

Aves de arribação

Andavas por ai
De bar em bar
Como andorinha solta
Sem juízo, sem tento,
A recitar teu canto,
Sem medida, sem razão...
As aves migram com o tempo,
Mas teu vôo desatento
Fez-te perder o verão...

Lamentos,
Caminhos errantes,
Confunde-se o canto e o pranto
Solitária ave de arribação...
Perdeste o amado, o amante,
Por vaidade ou descuido
Ou mera distração

As aves migram com o tempo,
Aves de arribação
Tola andorinha só
Perdeu seu próprio verão
(©by Adilson S. Silva)

domingo, 4 de setembro de 2011

Sem palavras


Meus pensamentos são estrelas
Cadentes, que incendeiam
Um Fogo que queima lento
Versos sem palavras
Ao vento...

Meus pensamentos são flores
Alfazema em palavras
Curtas, pequenas,
Heras, amores
E...
No meu peito de pedra
Chuva aqui dentro
De palavras que inundam
Versos sem palavras
Ao vento...
(©by Adilson S. Silva)

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Poetas e Flores ...

Tenho olhado as flores...
Já viram um girassol murchar?
Ficam tristes e murcham
Se não têm por quem brilhar.
Assim são os poetas.
Com versos vagos e vazios
Sem suas musas
Pra encantar.

Tudo é escuro e frio
Solidão dos versos
Aragem , estio
(@by Adilson S. Silva)

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Outra Noite

Escrevia versos toscos
Sobre a noite e a luz da lua,
Essa coisidade da coisa
Onde amor sem palavras,
Agonizava, morria.
Haveria uma outra noite?
Outra lua?
Outro dia?
Há quantas luas dormes
Nos versos do amado?
Enquanto fazia essas tolas perguntas
A lua se escondia...

Cabeça
Por sobre as nuvens,
Desconfiado pensava:
Há uma outra noite...
Uma ou duas?
E o poeta tolo dizia:
O amor é essente...
Bullshit , non sense
(©by Adilson S. Silva)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Horizonte

Olhos de saudade, lembrando
A mão suspensa, despedida
O momento findando,
Partida...

Saudade nos olhos, chorando
Olhos de lágrima, contida
O horizonte tragando,
Nau, diminuída...
(©By Adilson S. Silva)

domingo, 31 de julho de 2011

Paralelas II


Paralelas II

Mareou o oceano
Em ondas paralelas...
Barcos que se perdem
Nessas rotas, caminhos
Não deixam marcas...
Só noites e luas
Enquanto estamos mais sozinhos

Distâncias...
Barcos em velas estendidas,
Horizontes sem fim,
Navegam paralelas percorridas
Que se transformam em rotas perdidas
Navegando em círculos,
Nos destinos se desencontram,
De círculo em círculo nos perdemos
Nos redemoinhos,
Rotas paralelas, sem nos encontrar
E, por esses caminhos
Por mais que tentemos
Voltamos sempre ao mesmo lugar

Mareou o oceano
Em ondas paralelas...
Barcos que se perdem
Nessas rotas, caminhos...
(©by Adilson S. Silva)

Poeticamente

Descansa teus olhos,
O teu buscar,
Poeticamente
Enamorados...
Demora-te nas coisas...
No abraço e no abraçar,
No beijo e no beijar...
Poeticamente ...

Poeticamente habita
Sonhos e o sonhar
Tudo o que excita
E faz desejar...
A escrita,
A vida,
A paixão e,
O versar...


E os meus olhos
continuam  a olhar-te
poeticamente
(@By Adilson S. Silva)

domingo, 24 de julho de 2011

Talvez ...

Talvez ...

Talvez haja um outro tempo,
Um outro mundo,
Uma dimensão que nos acolha
Que escreva a cada instante nossa história
Num novo livro, uma nova folha...
Que esse encontro
Mesmo sem durar mais que um segundo
Seja completo e eterno na memória,
 Que não reprima e não tolha
O sentimento claro e profundo
A tudo que o destino nos escolha

Que exista amor enquanto exista crença
Que a dor da separação nos seja sempre breve
E a saudade que nos é sempre intensa
Um dia se realize doce, leve
Nesse encontro
Como doce recompensa

Talvez haja um outro tempo...
(©By Adilson S. Silva)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sim e não...

Já não é tarde nem cedo,
Que seja já ou agora,
Não ha coragem nem medo.
Repicam sinos
Batem horas...
Eis o momento...
É a morte e seu enredo
Na perna do vento...
O amor foi embora
Sem eira nem beira
De qualquer jeito
De qualquer modo,
Como uma bomba,um clarão
Disse adeus , não até logo
Numa grande explosão...

Era o vento , era o sopro
Um flash, uma foto
Era o sim , era o não ...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Saudade ...

Uma saudade vadia,
Visita minh’alma,
Rouba-me a alegria,
Salta-me aos olhos;
Brinca com a tristeza
Molha o meu olhar,
Aperta o coração,
e mata as flores,
Que um dia ,
Desabrocharam
...em mim... e,
Vai embora...

Como será quando
Eu te reencontrar?
(©by Adilson S. Silva)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A noite...

A noite...
O homem é essa noite,
Esse singular vazio,
Esse nada que tudo contém...
Infinitas representações,
Imagens noturnas,
Nenhuma realmente presente...
Nenhuma chega à realidade do espírito
É a noite...
Pura interioridade, intimidade
É o “eu puro” que se apresenta...
Nessa fantasmagoria está a noite
Aparições brancas
Que abruptamente desaparecem
Essa é a noite do olhar dos homens,
É a noite do mundo
Que comparece diante de nós...

(@by Adilson S. Silva)

terça-feira, 12 de julho de 2011

À flor da pele

À  flor da pele
Saudades do que não foi,
Poesia misturada com coisas,
Lembranças do que não vivi...
Vagas vazias molham meu rosto,
Pelas tardes
Que tarde se foram,
Trazendo um gosto
Que não senti.
O sol morreu atrás dos montes,
A lua ainda não surgiu,
O vento, o acoite
À Flor da pele
Fere, marca...
Essa é mais uma noite
Desde que você partiu...

E, aqui...
À flor da pele
Coisas e poesia

(©by Adilson S. Silva)

Velas brancas...

Esse poema é sempre recorrente , resolvi reeditá-lo

Velas brancas...
Entre lembranças
Dos beirais,
Coisas que deixei pra trás...
Entre o silencio
Do coração a pulsar,
Pensamentos banais...
Com o mar nos olhos,
Icei velas, deixei o cais,
Por entre ventos a soprar...
Mares do sul
Mares do norte
Ou de qualquer lugar
Sigo sangrando
Esse mar de coisas
Que avança sobre mim...
Coração miúdo,
Cidade sumindo,
Velas brancas
Partindo...

Eu me lembro...
(©by Adilson S. Silva)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Traze-me a boa nova ...

Traze-me a boa nova
No gesto,na palavra , no sorriso
Do retiro , desses teus anos de ausência
Desse voluntário exílio.
Traze-me a boa nova
anuncia tua insurgência
contra o tempo acordado que ja passou
Mesmo palavras sonolentas
Tenho ouvidos para ouvir

Traze-me a boa nova ...
(@ by Adilson S. Silva)

terça-feira, 5 de julho de 2011

Mal me quer...

Pétala caída,
Mal me quer...
Flor tão distraída,
Num jardim qualquer...
Jogo sem sentido,
Choro mudo,
Uma palavra sequer...
Colheita de ventos,
Despedidas...
Bem-me-quer...
Mal-me-quer...
Contando-se não e sim...

Segredo das flores,
Pura sorte...
Cores ...
 Vida...e morte
Última pétala por fim ...
(©by Adilson S. Silva)

domingo, 3 de julho de 2011

Mais ainda ...

O absurdo
Dos momentos temperados ao fel,
Do cair das nuvens
Cair do céu...
Sem tempo
Para nem mesmo uma dança,
Para dançar um bolero
Ao som de Ravel...

Hoje é um bom dia...
Tudo pode acontecer...
Não sei se insisto
E não vou-me embora,
Ou se desisto e deixo
A esperança reaparecer.

Sair, viajar por onde não fui,
Nesses dias meio assim
Ir a lugares aonde não vou,
Esses lugares... Sem nada meu...
Que só a mim me levasse...
Eu só. Eu de mim...
(©By Adilson S. Silva)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Solilóquio

Publicado no Utopia Ativa , agora  aqui

A minha cara não lhe mete medo,
Nem o face a face e o olhar,
Vem que não há segredos,
Existem mil motivos para lhe conquistar.
Tudo é tão transitório,
E não custa nada sonhar,
De uma maneira simplória,
A vida é experimentar.

Não há becos sem saídas,
É só sair por onde entrou
O coração assustado,
Que de repente se apaixonou.
(@by Adilson S. Silva)

Sobre a vida

(Um poema para reflexão)

A dor visita a alma.
Visita e vai embora,
O prazer é passageiro,
Fugaz e estranho,
Vem como uma onda,
Marola, cresce e passa,
Anda por onde a dor anda,
Disfarça a felicidade,
Impede que o amor nasça.

Seja aqui ou acolá,
Não adianta fugir,
O centro da vida
É onde a vida está.
(©by Adilson S. Silva)

domingo, 26 de junho de 2011

Teus olhos

Teus olhos
Reluzem,
Encantam,
Seduzem...
Teus olhos
Iludem ,
Furtam a cor...
O brilho de teus olhos
Me sega;
Me seca;
Me suga;
Me despe;
Me seduz;
Me desatina;
Quanto mais eu penso
Quanto mais eu fujo
Dessa força imensa
Mais me sinto preso
Na retina
Do teu olhar
... intenso...
(©by Adilson S. Silva)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Variações V - Fantasias

Pelo o amor, chama que arde
Viajei ao fim do mundo
Num risco de um segundo
Mesmo assim já cheguei tarde
Para ver o que não ví

No bater das velhas ondas
Numa praia , madrugada
E voce enamorada
Na  janela debruçou
Pensando só em ti

Pelas noites, madrugadas
A lua nova não brilhou
O meu rosto serenou
Revelendo uma saudade
sentindo o que não vivi

Lua cheia vigorou
Fez clarão dentro de mim
Com esse amor e a maresia
Pegado o trem na mesma estrada
Fantasia , namorada
Uma viagem chegando ao fim

(©by Adilson S. Silva)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A noite (revival)


Estavam ali,
Eram versos e prosas
Eu os li
Eram flores e rosas
Eu as vi
Era uma noite e;
A noite guarda seus mistérios,
Invade toda a rua,
As estradas e seus faróis
Mostra e esconde a lua,
Segredos sob os lençóis.
Noite de tudo cúmplice
Noite de silêncio vigilante
Noite dos descansados,
Das crendices...
Dos poetas
E seus amantes.
A noite guarda seus mistérios...
(©by Adilson S. Silva)

domingo, 12 de junho de 2011

Para dizer que não falei de amor

Quando é que o amor faz sentido?
Nos dramas vividos, ou
Nos sonhos nunca cumpridos?
O amor é loucura,
O ferro que fere
Um peito dorido
Ou o balsamo que cura?

O amor é tão distraído
Vai-se despercebido
Finge-se  de perdido
Mas, chorar de amor
É já ter sorrido...
(©by Adilson S. Silva)

Variações IV - Sem poesia


Escureceu
A poesia se escondeu
A lua não apareceu
E lá estava o poeta...
Caçando estrelas
Inventando versos
Para clarear o breu
Do solitário coração
De olhos fechados
Esperando bocas
Loucas para beijar

Nada aconteceu
Ela não apareceu
Não havia a luz
Era poeira e vento
Não se desfez o breu
Só pensamentos
O poeta, o dia
O ponto final
Na folha vazia
A poesia
Não aconteceu
(©by Adilson S. Silva)

domingo, 5 de junho de 2011

A boca da noite...

Anoitece,
A boca da noite
Logo vai surgir.

É a noite pura,
Que nos comparece,
Com sua boca enorme,
Pra nos engolir.
Quanto mais adentra a noite,
Mais ela inventa de nos consumir.
Bate saudade feito açoite,
Que faz pernoite,
Do peito não quer sair.

A boca da noite...
Já vem nos engolir...
(@by Adilson S. Silva)

Além do jardim

Além do jardim
Alecrim e jasmim
Esperam bem-me-quer
Ou margaridas afins
De um romance qualquer
E a rosa então
Se pintou e pintou
Com a cor da paixão
Num prelúdio sem fim
Com Dentes de leão
A devorar o que restou
De uma trama de amor
Dançando uma valsa
Ou um samba canção
(©by Adilson S. Silva)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Sexualidade feminina e suas dificuldades

As elaborações tanto em Freud quanto em Lacan nos levam a compreender como a inscrição do feminino resta problemática. A sexualidade descoberta por Freud foi mal acolhida na cultura e acaba sendo acusada de pansexualismo. Curiosamente, um pansexualismo onde o outro sexo não se encontra em lugar algum.
No inconsciente decifrado por ele, Freud descobre  que o outro sexo não existe, não há pulsão genital no inconsciente. As pulsões  nada dizem sobre o macho ou fêmea, pois se  encontram tanto no menino quanto na menina e a  questão sobre o quê distingue a  essência da mulher permanece misteriosa. Freud se ocupara obstinadamente elaborando uma explicação sobre a heterossexualidade.
Falar em feminilidade é falar de uma conquista realizada pela menina, de um tornar-se mulher, visto que ela, menina, não nasce como tal. É preciso percorrer um caminho para que possa escolher ou não o caminho da feminilidade. Freud credita à mulher uma natureza pulsional passiva que encontraria na maternidade a melhor solução para a inveja do pênis.
Após a introdução da primazia do falo em 1923, Freud consegue marcar uma diferença entre o complexo de Édipo masculino e o feminino. A introdução da fase fálica levou-o a estabelecer um período pré-edípico para o Édipo feminino, além de três saídas para a menina frente à castração: a masculinidade (manter-se fálica), a neurose (o abandono da sexualidade) e a feminilidade propriamente dita (desejar o falo em forma de bebês) . Estes apontamentos servem para demonstrar que, mesmo Freud não tendo utilizado o termo 'falo' explicitamente, a referência fálica está lá inscrita. Lacan (1958) relembra que, na obra de Freud, qualquer que tenha sido o remanejamento teórico, a prevalência desse centro fálico jamais foi abandonada.
Mas, isso também nos leva a perceber que mesmo para Freud nem todas as mulheres são mulheres.
Mas, o que é a mulher?
Essa questão coloca, para a clínica psicanalítica, a feminilidade como um tema da maior importância.
Os fundamentos sobre a sexualidade, a construção do conceito do complexo de Édipo eas sucessivas aproximações de Freud a respeito da feminilidade levam Lacan a retomar a questão no seminário 20 – Mais Ainda. Enquanto pela via exclusiva de Freud, a questão dos sexos pode se fechar na anatomia como destino, em Lacan, ser homem ou ser mulher é uma distinção frente à castração e à modalidade de gozo.
Mas porque Lacan diz que a mulher não existe?
Esta afirmativa é sem dúvida uma das mais enigmáticas do ensino de Lacan. Esta frase só adquire seu significado dentro das premissas das formulas quânticas da sexuação. Os membros do conjunto mulher satisfazem à proposição de não existir ao menos uma mulher que não esteja submetida à castração. Por isto, Lacan diz que não há conjunto possível das mulheres e que elas devem ser sempre contadas uma a uma.
Sendo o conjunto universal fundado por uma exceção e não havendo exceção do lado feminino, é impossível, para o feminino, formar o universal do ponto de vista da função fálica. Por esta razão, a expressão 'A Mulher' com o artigo definido feminino para designar o conjunto universal d'A Mulher é inadmissível.
Falar da mulher, no campo freudo-lacaniano, não é referir-se ao masculino ou ao feminino como gênero, mas é apontar uma posição psíquica em que a castração ocupa um lugar importante. Esta posição psíquica marcada pela castração pode ser escutada pelo analista, médico, amante, etc, a partir de um discurso marcado por um mal-estar e, ao mesmo tempo, convocando aquele que o escuta a doar a palavra, o dinheiro, etc, que lhe falta. Dizer da posição psíquica feminina, em termos psicanalíticos, implica abordar a questão da sexuação pelo viés da linguagem e do gozo. Desta forma, entendemos que uma posição subjetiva feminina diz respeito a estar não toda submetida à égide do falo. Esta maneira difere dos conceitos, ou das representações sobre a feminilidade que, por sua vez, correspondem a uma “invenção” cultural, produções discursivas ou imaginárias que tentam dar contorno a este vazio próprio e estrutural da posição feminina, assumindo diferentes roupagens ao longo do tempo e produzindo possíveis deslocamentos e enodamentos.

                         (©by Adilson S. Silva)

domingo, 15 de maio de 2011

Variações III

Para que lado foi a vida
Depois que a tempestade passou
Devassou tudo
Só restou a solidão?
A dor comparece
De um amor desesperado
Dessas dores da paixão
Rodopia calada
Gira feito pião

Para que lado foi o beijo
Que faz com que tudo aconteça
Foi-se calado
Nas asas de uma ilusão
(©by Adilson S. Silva)

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Paralelas

Guardei seu olhar
Em cada olhar
Que busco
Nessas questões paralelas
Sem conseguir decifrar
O amor que vem sempre visitar
O silencio que não sabe o que fazer
Com as palavras do olhar
Ou outra coisa qualquer
Que habita seus desejos
Insensatez
Tolice
Estupidez
Ou simplesmente círculos
Loucura
Tangente
Buscando o infinito
Dessas questões
Da solidão do olhar,
Um amor sem palavras
Só se dá na ...
Confusa paixão
(©by Adilson S. Silva)

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Âncora

(Marcas do portugues na lingua)

O mar, beleza azul de poucas ondas a cavalgar
Às vezes manso e imenso às vezes rebelde e tão próximo
A praia vazia cabe inteira no meu olhar no seu olhar
Dois brincando de ondas sorvendo as brumas e maresia
Sento-me à sua frente sem desviar os olhos
E consigo enxergar na sua infinitude os sonhos
Os desejos escondidos, a fúria da passagem
Do seu corpo entregue a um bobo valete,
O trem passou rumo ao porto
A vida o deixa para trás no mais íntimo dos planos
Sem encurtar as minhas distâncias
  
(©by Adilson S. Silva)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Variações II

Risca o céu negrita
E o azul do mar
Eu guardei o amor
Para lhe entregar

Desenha o chão com giz
Sem se machucar
Mil vezes quis
Lhe visitar

Perdi o trem
Perdi a hora
O tempo foi-se
Num agora
E nas minhas estações
Guardei o amor
Para lhe dar

(©by Adilson S. Silva)

Geleiras distantes...

Geleiras distantes...

Vendavais,
Maremotos em oceanos,
Mudam as rotas
Desfazem-se planos,
Enganos, imagens

Virtuais,
Longas viagens,
Pelos mares,
Cheios de histórias
Das naus,
Que aportam em ti.
Mil chegadas,
Mil  partidas,
Mil despedidas.

Velhos sinais,
De um farol distante,
Luz dos navegantes,
Anjos caídos,
Perdidos,

Nesses Vendavais,
Dessas geleiras distantes,
Tormenta dos navegantes,
Sem destinos ou cais.

(©by Adilson S. Silva)

domingo, 8 de maio de 2011

Nada será como antes...


Nada será como antes
Nem a água do rio
Foram amigos, quê  importa?
O desejo não espera o cio
Amanhã talvez se esqueça
A não espera do tempo de estio
Haverão outras palavras
Para dizer o amor e o desvio?
Escapam o sentido da letra
O amado, o amor e o amante
Amanha talvez se esqueça
O sentido, o lugar e significante
É preciso que a dor adormeça
Nada será como antes
Amanhã talvez apareça
A palavra que falta ao amor
Um sentido que o mesmo mereça
E, nada será como antes ...

(©by Adilson S. Silva)

sábado, 7 de maio de 2011

Variações

Na tua ausência
Uso a primavera como cúmplice
Para mandar-te flores
E minha poesia
em emoções sussurradas
Em noite mais escura
Não há lua  prateada
Só o chão, os pés
A trilha, a caminhada
Saudade do que não foi,
Sonhos, quimeras
Acordam o sol da manhã
Luz da primavera
(©by Adilson S. Silva)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Saudades...

Saudades...
Abraça-me agora
Não digas nada...
Tanto faz...


Se és mar aberto
Baia ou enseada
Se és porto de partida ou chegada
Se és Desatino
Caminho ou caminhada...
Nau que se afasta
Ou se aproxima do cais
Se és ausência
Ou reencontro
Mensagens em garrafas
Que uma unica onda traz
Tanto fez , tanto faz


Abraça-me agora
Abraça-me apenas...
Tanto...tanto...tanto...
E não digas nada...
Tanto faz...
(@ By Adilson S. Silva)

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Fantasia

Quis lhe dar meu corpo
Que acendia
Duro feito pedra de acender
Quis lhe dar a minha voz
Macia
Para lhe fazer compreender
O que eu queria
Atirar-lhe poesia,
Feito confetes,
Grudar minh’alma à tua
Feito chicletes
Mil fantasias
A rolar
Num faz de contas
De um amor
Que você não quis
Lái a rá , lá lá iá
Você não quis
(©by Adilson S. Silva)

Correnteza de Rio

Correnteza de  Rio
Um vento que passeia
No Milharal que deita
Espiga, grão, sementeira
Que  germina no estio.
Um ser-tão sozinho
Na folhagem rasteira
Pensamentos que voam
No bico do passarinho

Vida nova no cio,
Vento que passeia
Correnteza de rio
(©by Adilson S. Silva)