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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Fantasia

Quis lhe dar meu corpo
Que acendia
Duro feito pedra de acender
Quis lhe dar a minha voz
Macia
Para lhe fazer compreender
O que eu queria
Atirar-lhe poesia,
Feito confetes,
Grudar minh’alma à tua
Feito chicletes
Mil fantasias
A rolar
Num faz de contas
De um amor
Que você não quis
Lái a rá , lá lá iá
Você não quis
(©by Adilson S. Silva)

Correnteza de Rio

Correnteza de  Rio
Um vento que passeia
No Milharal que deita
Espiga, grão, sementeira
Que  germina no estio.
Um ser-tão sozinho
Na folhagem rasteira
Pensamentos que voam
No bico do passarinho

Vida nova no cio,
Vento que passeia
Correnteza de rio
(©by Adilson S. Silva)

domingo, 24 de abril de 2011

Ritornelos sem fim

Habitam-me versos mais tristes esta noite
E posso escrevê-los sob a égide
De uma nostalgia do que foi
Ou talvez nunca tenha sido.
O amor é tão curto!
É tudo ou quase nada...
Hoje olhava o tempo
A noite e a luz da lua
Como pássaro adormecido,
Cansado, envelhecido
Por essas mesmas dores do tempo
Ouço na imensidão da noite
Vozes de partida
De uma desventura causada
Por uma tênue ferida...
Espinhos de uma rosa bela
Vozes em versos , cantiga
Trafegam , chegam a mim
Em ritornelos sem fim

sábado, 23 de abril de 2011

Penso...

Penso o mar.
Sua beleza, seu azul.
Penso o céu, o mar, o horizonte,
O encontro, onde começa quem?

...
Penso as ondas,
O porquê do seu vai e vem.
Penso as Rosas
Perfumadas, cheirosas,
E os seus espinhos, porque elas os tem
?
(©by Adilson S. Silva)
 

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Folhas de outono


Mira,
Folhas de sonhos
De um outono qualquer
No solar... De um jardim
Procuram pelo sol
Que hoje não saiu...
O vento sopra leve
O coração do poeta
E sua alma antiga
Que mira
A noite que se faz
Nesse outono de almas
De folhas que caem
No solar... De um jardim
Caem, Bailam...
Solidão...
Sutileza...
Emanam toda beleza
Antes do fim
Por fim...
... o chão ...
(©By Adilson S. Silva)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Hoje,

Hoje,
Estou me sentindo
Com um mar de coisas
Dentro de mim...
Respirei sua brisa,
Senti seu cheiro
À guisa de um olhar,
Tão distante,
Que esse mar me traz...
Esse mar,
Que não tem fim...
Vai e vem, desejante,
Retorna sempre
Ao mesmo lugar...
Meu peito
Singrando as correntes,
Sem porto para aportar

Hoje  acordei assim ...
(©by Adilson S. Silva)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Janelas

Chuva fina, mansa miúda
Molha a paisagem desses dias de inverno.
Entranha-me, não sei como o sinto,
O cheiro da chuva e da terra molhada.
Tenho os olhos molhados,
De saudades, não minto,
Olhando o mundo de minha janela.


Os pingos caem e correm
Como soldados de chumbo,
Na enxurrada descendo a ladeira,
O aroma, o cheiro, as panelas,
Fogão à lenha, comida caseira.
Fez-se o tempo no já faz tempo,
Acomodam-se, ficam, querem pousada,
Lembranças que são tão minhas.


A garoa toma o dia
Pinta a paisagem de mansinho
Cai a chuva descansada
Como se fora uma chuva miudinha ...
Fogão à lenha , aconchego , ninho
(@byAdilson S. Silva)

sábado, 16 de abril de 2011

Desventuras


Desventuras
Nas ruas que nunca passei,
Ruas de qualquer endereço
Lugares em que nunca estive
Sonhos que nunca sonhei
Tu dizes que não te lembras
Eu finjo que esqueço...
Como se fora um dia
Sem pressa
Juntando restos
Que me haviam
Que me restam
Em versos perdidos
De uma antiga poesia

Acabou-se a festa
Não há mais fantasias
O abismo é logo ali em frente
Só me resta a travessia

É o corte
É o fio da navalha
É o mundo
É a morte
É o amor sob a mortalha
(©by Adilson S. Silva)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Uma janela, uma saudade


Uma janela, uma saudade,
Uns pensamentos
Que levam e trazem
Momentos fugazes...
Lembranças... Que  navegam
 Nos braços do passado.

Um olhar pela janela
E o mundo lá fora,
As brumas, as flores
E as estrelas agora
Delineiam a aquarela
De um sonho que passou...

A lua branca, prata bela
Invade o interior do quarto
Põe a saudade na janela
Encantando a cinderela
nos seus sonhos de amor.

Sim...
Uma  saudade e uma  janela
trazem  sonhos ...
Ou ... uma dor
(© By Adilson S. Silva)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Caminhos

E assim como Zaratustra falou:
Não tenho mais olhos para ninguém,
Não carregarei nenhum peso morto,
"Requiescat in pace"
Fantasmas do meu passado,
Palavras murmuradas, réquiem.

Olhem meu rosto , minha face,
Meus pés cansados de caminhos tortos,
Em vós , olhares de desdém,
Não há seguidores
Que possam me seguir,
Minhas pegadas estão na areia,
Que a onda do mar apagou...

Leio as estrelas,
Tenho o céu por teto,
Há muito deixei todo o apego,
Carrego somente afeto,

Pois ,
Não há seguidores
Que possam me seguir,
Minhas pegadas estão na areia,
Que a onda do mar apagou...

(©by Adilson S. Silva)

Caminhos III

Era um apito...
Era o trem ...
Como se fora um grito,
Anunciando que já vem ...

Eu esperava o trem
Para ver passar gente
De acolá ou mais além
Lembranças ...
Meu coração adolescente.

Lenços acenavam,
Olhos embotados de saudades,
Minha mão estendida parou no tempo,
Nos caminhos de Soledade...

(©by Adilson S. Silva)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Paradeiro

Sem nome ou paradeiro,
Arrancou-te o grito,
Inundou-te as entranhas,
Impregnou-te seu cheiro,
E na paisagem do teu corpo
Deixou o seu rastro
Num sorriso,
Que até hoje te tocas,
Provoca arrepios,
Grudando suor.
Era dia de graça
Caçador e caça
Marcados de amor.
Lembranças que
Expulsas ou abraças,
Quando a maresia
Que alou-se em pássaro
Sem paradeiro
Bateu asas e voou
(©by Adilson S. Silva)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A palavra não dita

Invente uma palavra de amor
Ou outras coisas impossíveis
Invente ao menos uma
Que descreva este mundo
Dessas coisas invisíveis
Antes que os sonhos morram
Em poucas palavras
e se eternizem
no silencio

(©by Adilson S. Silva)

terça-feira, 5 de abril de 2011

Dias de chuva

A chuva caiu
Molhou o sol
E o sal do meu rosto
Misturou-se ao meu pranto
Molhou meu sorriso
Antes de sentir teu gosto,
Antes de te conhecer.

A chuva molhou o chão
Fina, miúda
Derretendo imagens
Construídas,
Pensadas,
Pela insignificante
E estúpida imaginação...
Brincando de imaginar
Um amor puro,
Perdido...
Numa desvairada paixão

Dias de chuva são assim
Cinzentos ...
(©By Adilson S. Silva)

Tardes cinzentas

Da janela lateral
O mar, a maresia
E as vagas ondas
De uma tarde cinzenta
Sabor isopor
Levando a poesia
E a imaginação
Dessas histórias
Que a gente inventa
E depois tenta esquecer.
O amor é pássaro
Cheirando a maresia
Gaivotas ou pardais
Ou sei lá...
Eu bem te vi
Olhando ondas
Vagas de vagas horas
Dessas tardes cinzentas
Que se alimentam
Do que não cri
(©By Adilson S. Silva)