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domingo, 11 de setembro de 2011

Quase uma crônica

Esta noite, a altas horas, sai para o meu quintal.
Pela primeira vez o céu estava diferente, a lua já tinha passado os trópicos e Vênus estava sobre a minha cabeça, que me dava tonturas incliná-la para contemplar essa estrela planeta. Desejei que Venus estivesse embaixo, que me fizesse sentir vertigens olhando para baixo como é mais costumaz, mas era a estrela D´alva: precisava passar por cima, para anunciar o novo amanhecer que resistia em amanhecer. A noite ainda ia escura e os meus pensamentos também. Ao meu lado minha cadela negrinha atenta, com seus olhos negros,mirando-me nos olhos como se entendesse o que ia dentro aos meus devaneios... Olhei as rosas e refleti sobre seus espinhos. Porque elas os têm? Ai pensei, esta tudo tão diferente, mas estamos bem, estamos indo de volta pra casa ...
(©by Adilson S. Silva)

sábado, 10 de setembro de 2011

Aves de arribação

Andavas por ai
De bar em bar
Como andorinha solta
Sem juízo, sem tento,
A recitar teu canto,
Sem medida, sem razão...
As aves migram com o tempo,
Mas teu vôo desatento
Fez-te perder o verão...

Lamentos,
Caminhos errantes,
Confunde-se o canto e o pranto
Solitária ave de arribação...
Perdeste o amado, o amante,
Por vaidade ou descuido
Ou mera distração

As aves migram com o tempo,
Aves de arribação
Tola andorinha só
Perdeu seu próprio verão
(©by Adilson S. Silva)

domingo, 4 de setembro de 2011

Sem palavras


Meus pensamentos são estrelas
Cadentes, que incendeiam
Um Fogo que queima lento
Versos sem palavras
Ao vento...

Meus pensamentos são flores
Alfazema em palavras
Curtas, pequenas,
Heras, amores
E...
No meu peito de pedra
Chuva aqui dentro
De palavras que inundam
Versos sem palavras
Ao vento...
(©by Adilson S. Silva)

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Poetas e Flores ...

Tenho olhado as flores...
Já viram um girassol murchar?
Ficam tristes e murcham
Se não têm por quem brilhar.
Assim são os poetas.
Com versos vagos e vazios
Sem suas musas
Pra encantar.

Tudo é escuro e frio
Solidão dos versos
Aragem , estio
(@by Adilson S. Silva)

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Outra Noite

Escrevia versos toscos
Sobre a noite e a luz da lua,
Essa coisidade da coisa
Onde amor sem palavras,
Agonizava, morria.
Haveria uma outra noite?
Outra lua?
Outro dia?
Há quantas luas dormes
Nos versos do amado?
Enquanto fazia essas tolas perguntas
A lua se escondia...

Cabeça
Por sobre as nuvens,
Desconfiado pensava:
Há uma outra noite...
Uma ou duas?
E o poeta tolo dizia:
O amor é essente...
Bullshit , non sense
(©by Adilson S. Silva)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Horizonte

Olhos de saudade, lembrando
A mão suspensa, despedida
O momento findando,
Partida...

Saudade nos olhos, chorando
Olhos de lágrima, contida
O horizonte tragando,
Nau, diminuída...
(©By Adilson S. Silva)

domingo, 31 de julho de 2011

Paralelas II


Paralelas II

Mareou o oceano
Em ondas paralelas...
Barcos que se perdem
Nessas rotas, caminhos
Não deixam marcas...
Só noites e luas
Enquanto estamos mais sozinhos

Distâncias...
Barcos em velas estendidas,
Horizontes sem fim,
Navegam paralelas percorridas
Que se transformam em rotas perdidas
Navegando em círculos,
Nos destinos se desencontram,
De círculo em círculo nos perdemos
Nos redemoinhos,
Rotas paralelas, sem nos encontrar
E, por esses caminhos
Por mais que tentemos
Voltamos sempre ao mesmo lugar

Mareou o oceano
Em ondas paralelas...
Barcos que se perdem
Nessas rotas, caminhos...
(©by Adilson S. Silva)

Poeticamente

Descansa teus olhos,
O teu buscar,
Poeticamente
Enamorados...
Demora-te nas coisas...
No abraço e no abraçar,
No beijo e no beijar...
Poeticamente ...

Poeticamente habita
Sonhos e o sonhar
Tudo o que excita
E faz desejar...
A escrita,
A vida,
A paixão e,
O versar...


E os meus olhos
continuam  a olhar-te
poeticamente
(@By Adilson S. Silva)

domingo, 24 de julho de 2011

Talvez ...

Talvez ...

Talvez haja um outro tempo,
Um outro mundo,
Uma dimensão que nos acolha
Que escreva a cada instante nossa história
Num novo livro, uma nova folha...
Que esse encontro
Mesmo sem durar mais que um segundo
Seja completo e eterno na memória,
 Que não reprima e não tolha
O sentimento claro e profundo
A tudo que o destino nos escolha

Que exista amor enquanto exista crença
Que a dor da separação nos seja sempre breve
E a saudade que nos é sempre intensa
Um dia se realize doce, leve
Nesse encontro
Como doce recompensa

Talvez haja um outro tempo...
(©By Adilson S. Silva)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sim e não...

Já não é tarde nem cedo,
Que seja já ou agora,
Não ha coragem nem medo.
Repicam sinos
Batem horas...
Eis o momento...
É a morte e seu enredo
Na perna do vento...
O amor foi embora
Sem eira nem beira
De qualquer jeito
De qualquer modo,
Como uma bomba,um clarão
Disse adeus , não até logo
Numa grande explosão...

Era o vento , era o sopro
Um flash, uma foto
Era o sim , era o não ...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Saudade ...

Uma saudade vadia,
Visita minh’alma,
Rouba-me a alegria,
Salta-me aos olhos;
Brinca com a tristeza
Molha o meu olhar,
Aperta o coração,
e mata as flores,
Que um dia ,
Desabrocharam
...em mim... e,
Vai embora...

Como será quando
Eu te reencontrar?
(©by Adilson S. Silva)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A noite...

A noite...
O homem é essa noite,
Esse singular vazio,
Esse nada que tudo contém...
Infinitas representações,
Imagens noturnas,
Nenhuma realmente presente...
Nenhuma chega à realidade do espírito
É a noite...
Pura interioridade, intimidade
É o “eu puro” que se apresenta...
Nessa fantasmagoria está a noite
Aparições brancas
Que abruptamente desaparecem
Essa é a noite do olhar dos homens,
É a noite do mundo
Que comparece diante de nós...

(@by Adilson S. Silva)